É isto tudo…!

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Adding insult to injury

Então foi este o calendário desde o início de Maio:

Dia 5: amniocentese.

Dia 9: o meu pai é operado às cataratas, não pode fazer esforços nem expor-se à luz durante uns tempos.

Dia 12: tenho alta relativa. Ainda estou de baixa mas já posso ir retomando a vida normal.

Dia 13: a minha mãe é internada de urgência com apendicite aguda.

Dia 14 e 15 (sendo que 15 foi o aniversário da mulher!): visitas ao hospital.

Dia 16: alta de mamãe.

Neste momento estão os três desgraçados que não podem/ não devem pegar em pesos nem fazer esforços a tentar amparar-se, agarradinhos por cordéis, a suster duas casas o melhor que conseguem. Valeu-me o G., homem valente que andou a conduzir esta gente toda durante 10 dias.

Aqui a inquilina parece estar a apreciar a agitação, manifestando-se quando há repouso (ou comida, que é feto mas não é parva!). Quando vou ao pão ou ponho a mesa está ela feliz da vida, certamente a dormir, a porca.

Os trabalhos normais retomarão em breve.

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“Agora já és como as outras!”

E era a frase que eu queria ouvir. Uma semana depois da amniocentese (ainda hei-de escrever sobre essa experiência) o líquido amniótico foi reposto, a cachopa pula e avança e daqui para a frente é só fazer os exames de diagnóstico normais. A minha médica é muito prevenidinha e mandou-me fazer um extra (já sei que não é por nada em especial, ela prescreve isto a todas), o ecocardiograma fetal. Daí a duas semanas, a ecografia morfológica e na semana seguinte uma consulta. E, quando der por isso, estou com 23 semanas! Até agora foi a passo de caracol; neste momento, em que tenho que começar a pensar em redecorar a casa toda (quem manda fazer escritório, à patrão?), que ainda tenho tudo (mas é que é TUDO) por comprar… é que isto começou a passar a correr. Ainda ontem estava com 12 semanas, dou por mim e estou no fim da 19…! Caramba…!

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Sou bolseira e vou ser mãe. E agora?

Gostava muito que este blog eventualmente se transformasse num local onde eu pudesse relatar as dificuldades (ou facilidades, que eu sou uma optimista!) de se ser bolseira, trabalhar a partir de casa e ser mãe. É um nicho de escrita sem grande resposta e acho que há por aí muito gajedo a precisar de um bocadinho de compreensão, especialmente no que toca ao trabalho feito em casa.

Enquadrando: sou doutoranda em Sociologia, bolseira há quase dois anos. Como todos os doutorandos posso dizer que o trabalho está muito atrasado e que devia ter feito mais e que renhó nhó nhó. Somos todos iguais. É um trabalho invisível, ingrato e solitário. A solidão é a melhor parte para mim. Gosto de trabalhar em equipa mas poder gerir o meu tempo, não depender do trabalho de outros para que o meu avance, ser 100% responsável pelos resultados… agrada-me muito! Invisível porque no fim ninguém sabe o que é que eu faço e a resposta “é pá… leio e escrevo!” não é muito satisfatória para a maioria dos humanos. E ingrato porque o reconhecimento é quase nulo (tirando a orientadora, minha fonte de energia positiva, e alguns outros bolseiros que sabem exactamente o que dói) e as tarefas domésticas estão sempre à espreita, sobrando sempre para mim. Já me queixei mais sobre isto mas também já fiz uma pior gestão do meu tempo; agora tenho uma tarde por semana para tratar de compras, burocracias e afins, por exemplo; e recentemente fiz mesmo um horário como no secundário, com blocos de tempo para cada tarefa.

Neste momento, por causa das dificuldades todas, de já ter abortado antes, de ter sangrado no início da gravidez, de ser propensa a contracções, de ter feito amniocentese e por isso ter que estar pelo menos uma semana sem poder fazer esforço físico, etc., etc., etc., a médica considera que eu tenho uma gravidez de risco e estou com a bolsa suspensa até se considerar que estou fora de perigo.

E eu, parva-burra, fui adiando o pedido de baixa, mesmo nos momentos mais difíceis. Ela perguntava e eu respondia “Mas eu trabalho em casa…”

Até que o meu G., um dia, falou:

G – “Ela trabalha em casa mas é bolseira. Com a recomendação de repouso há muitas tarefas que não consegue concretizar (verdadinha… ir para o terreno? Ahahaha giro…!)  e por isso está a ficar prejudicada no tempo de bolsa.”

Eu, a tansa – “Mas… mas… eu trabalho em casa…”

Dra. – “Trabalhas em casa mas não podes trabalhar! Não podes estar mal sentada, não podes pegar em pesos, não podes andar a conduzir todos os dias para fazer trabalho fora de casa. Não podes [inserir aqui mais uma catrefa de coisas que eu não posso] mas digo-te mais: se trabalhasses fora de casa, com o teu historial e os teus sintomas, eu nunca te permitiria continuar a ir trabalhar, tinhas baixa desde a primeira consulta!”

G. – “Estás sempre a dizer que não tens reconhecimento pelo trabalho que fazes mas quem lhe está a dar pouca importância és tu!”

E eu calei-me, aceitei a baixa, contactei as entidades e aceitei os argumentos todos. Porque são todos verdadeiros. Se eu estivesse a trabalhar em Lisboa, como estive até ser bolseira, já estaria de baixa há muito tempo. Não posso conduzir em hora de ponta nem devo utilizar cadeiras que pressionem a zona abdominal. Não posso sequer ainda fazer caminhadas, o que me está a entrevar mas pronto, não posso! Com a brincadeira do “mas eu trabalho em casa” perdi dois meses de bolsa. Trabalhei durante esses meses, claro, mas não é comparável a produtividade que se tem com limitações físicas.

Por isso, se o meu trabalho é tão válido como o de outra pessoa qualquer, não há razão para ter pudores em aceitar uma baixa. E não sei, honestamente, porque o fiz. Se calhar é o fenómeno ao qual eu chamo “Para Uma Gaja Que Vai Ser Doutora às Vezes És Muita Burra!”

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Há que dar todo o mérito à FCT, que tem uma política impecável com as gravidezes de risco e licenças de maternidade. Com um simples telefonema fiquei a saber tudo quanto era necessário e com o atestado da médica, sem ter que passar pela Segurança Social, tenho tudo tratado, bolsa suspensa, sem dramas, sem confusões. Kudos!

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A notícia do sexo (whaaaa’? Not THAT sex, you pervs!)

A melhor parte da amniocentese foi descobrir que vem aí uma garota. Não é segredo que sempre preferi uma menina mas o hábito cultural de dizer “o feto” “o bebé” “ele” inculcou-me algures no subconsciente que era um rapaz. Para ajudar, só tínhamos em mente nomes masculinos.

Por isso, o telefonema da médica (e que feliz que ela estava, adorei!), deixou-me um bocadinho abananada: “Está tudo bem! Descansa!!! O que é que eu te disse na ecografia que era?” “Ainda nada!” “É uma menina!”

*choro choro choro* ai que está tudo bem *choro choro choro* uma menina???!?!

Mas… mas… ela vai odiar-me quando tiver 14 anos!!!! E vai ter períodos, que nojo. E vai ter que andar sozinha na rua. Ah não faz Erasums não senhora, queria mais nada! Ir para a faculdade também é relativo porque se lhe acharmos um bom patrão vai é ser criada de servir! Onde é que se compram aquelas grilhetas dos prisioneiros medievais?

No meu grupo de amig@s da faculdade continua a só existir um galo na capoeira (aliás, o convívio de Natal este ano vai ter mais três mulheres – nasceu uma há semanas, nasce uma hoje e depois a minha lá para o fim do Verão! Épico!). E, no fundo, eu só quero mesmo é enchê-la de cores garridas e vermelhos e cor-de-rosa choque e laranja e roxo e vestidos às bolinhas no Verão e casacos fofos no Inverno. E que ela cresça para ter o bom-senso do pai e a boquinha de camionista da mãe. Que seja de raciocínio rápido e resposta pronta, que chegue aos 80 anos e diga “olha, tá giro, afinal isto valeu tudo a pena!”.

Se fosse um rapaz enchia-o na mesma de coisas fofas. Mas o pai era capaz de não achar piada quando o mascarasse de noiva minhota no Carnaval. E que respondesse às pessoas com um estalar de dedos e um “bitch, please!”.

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[19 semanas] Já cá estou, pronto!

Até parece mentira mas só escrevi aqueles posts. E até estão com piada e isso…! Que desperdício de talento!

Esta gravidez deixa-me muito feliz mas até agora tem sido uma dor de cabeça. Analisando com pragmatismo, não tive qualquer problema…! Tem estado sempre tudo bem, o quisto do início desapareceu, o coração bate compassado e forte, apanha-se com o doppler simples e a médica fica sempre com um ar completamente embevecido quando ouve os batimentos, tive contracções mas o magnésio curou, era intolerante ao magnésio mas a gravidez curou… tudo tem sido produto das taras na minha cabeça. Primeiro porque tinha mesmo que passar das 5 semanas. Depois porque precisava de ouvir um batimento para se materializar. Depois porque queria que fizesse as 12 semanas para poder contar. Depois porque quando chegaram os resultados do rastreio bioquímico veio positivo e tive que fazer amniocentese.

Ou seja, só às 18 semanas e 5 dias é que respirei de alívio perante a notícia que está tudo bem. Por isto tudo, só agora, a meio do tempo, é que consegui sentir o leque completo de sentimentos. Sendo que a felicidade ainda não tinha sido um deles. Emoções normalizadas, família e amigos já informados… já posso sair à rua com a gigantesca barriga que já só engana quem se quer deixar enganar.

Então e o que se passa agora às 19 semanas? O peso não está malzito…! Depois de ter perdido 3kg nos meses do vómito, reduzindo dos quase 66kg para 63kg, das 10 semanas em diante tenho oscilado entre os 63, 64, sempre sem grandes variações. Só agora que fiquei dois dias de cama e não tenho feito a ponta de um chavelho é que engordei. Simpaticamente foi logo um quilo em dois dias. É para aprenderes a não comer na caminha, calona! Meu rico menino que tirou férias e tudo e se portou tão bem! Coisa mai’boa da sua avó, cá jinho!

O segundo trimestre é realmente maravilhoso para os sintomas porque parece que não se passa nada. Não fosse eu ter a cabeça ocupada com preocupações parvas sem fundamento e estaria numa fase ultra produtiva. Apesar de estar de baixa, que esta médica é de ferro, não facilita NADA! Mas mais sobre os dilemas da baixa/ não baixa/ mais parvalhices daqui a pouco.

Sinto a criança já sem grande margem para dúvidas. Como o filtro às vezes já me escapa, defini o movimento à médica como “blorp blurg” e “é uma espécie de gás que depois não se concretiza”. Acho que ela se começa a habituar à minha linguagem colorida.

E pronto, é o resumo. Mais detalhes em posts subsequentes. Agora abri a torneira. DEAL WITH IT, BIATCHES!

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Há que fazer este parêntesis. A Dee incentivou-me vezes sem conta a registar a gravidez. Timidamente lá o fui fazendo e à milésima vez que ela me perguntou levou com uma ira hormonal da qual ainda hoje me envergonho, tendo em conta que ela tem sido uma das minhas protectoras/ conselheiras/ amigas/ mais que amigas durante este percurso. Desculpa, tens razão, sempre tiveste razão, isto passa a correr e se não escrevo esqueço. És a maior.

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[12 semanas] Almost there…!

Estou mesmo à beirinha das 12 semanas. Segunda-feira é a data, quarta é o dia em que a novidade sai ao mundo. A chegada da ecografia é sempre uma camada de nervos. Estará vivo? Estará bem? O coração bate? Porque é que eu tenho já tanta barriga? Só posso estar bem…!

Os sintomas amainaram e a transição para o segundo trimestre está a ser suave. O primeiro trimestre é um momento estranhíssimo. De repente está-se grávida, de repente começa-se a contar a vida em semanas. As minhas amigas mais observadoras já fizeram reparos e/ ou olharam para a barriga discretamente, sem saber bem se engordei ou se há alguma notícia. Adoro. Mas também é por isso que tenho saído pouco e evitado situações sociais… não quero mesmo continuar a dizer meias verdades. Mas só vos digo… este fim-de-semana está mais que óbvio.

[Actualização das 12 semanas] – Com algumas contracções e um sangramento mínimo a médica disse para estar sugada e continuar o repouso. Mas o puto lá estava na dele, pernas esticadas, um braço no ar tipo “haaaay” e um mau feitio da merda quando a médica o empurrou. O diagnóstico é altamente optimista e a médica pareceu genuinamente feliz. “Vá, agora é até às 38 semanas”, disse. E eu não sou pessoa para contrariar os outros.

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[10 semanas]

As bidés que aqui aparecem devem estar a roer as unhas até ao osso com stress, neste momento. E estão desconfiadíssimas, tenho a certeza.

Estou, neste momento, tanto quanto sei, com 10 semanas de feto. Há duas semanas ouvimos o coração (fucking hell, what a moment…) e isso tranquilizou-me muito… um bater de coração às 8 semanas diminui significativamente riscos anteriores. Entre as 6 e as 7 semanas estive a recuperar de uma gripe, a juntar a todos os restantes simpáticos sintomas que tenho tido. Entretanto o nevoeiro mental levantou, estou bastante produtiva mas admito que a fome e o sono às vezes ganham algumas batalhas. Entre as semanas 6 e 9 estive um nojo de vómitos matinais, enjoo constante durante o dia, dores de prisão de ventre. É um estado lindo, este, é. Mas agora, às 10 semanas, têm passado os vómitos, as náuseas mantêm-se mas mais para a noite (e quando cozinho… lhark…!), e apareceu-me o sono mais brutal de sempre. Durmo 9 a 10 horas por noite. E os sonhos vívidos? Isso tem alguma piada.

Às meninas a quem disse que tenho um quisto e é por isso que não devo conduzir… não vos menti, antes pelo contrário. Desde a semana 6 que estou em repouso, primeiro por um daqueles sangramentos que nada querem dizer, e depois porque na ecografia a médica encontrou um quisto a conviver alegremente com o feto. Não é grave, é “quisto de gravidez” [sic.] mas mesmo assim não tenho pegado em pesos e não devo conduzir em hora de ponta para não estar muitas horas na mesma posição a fazer movimentos esquisitos. Eu sei que depois de descobrirem a boa nova tudo será perdoado.

Estou acautelada pela médica a não tratar do meu cão por causa da toxoplasmose. Do meu cão. Do Óscar. E eu fiz exactamente aquilo que deveria ter feito. Caguei nela e continuo a dar abraços ao Óscar e beijinhos no focinho. Menos quando ele se rebola em merda, que aí é capaz de não dar muita saúde.

Escrevo-vos a duas semanas de poder finalmente publicar isto. Torçam por mim, mesmo que ainda não saibam de nada.

P.S. O meu nome continua a ser o mesmo por isso não me tratem por “mamã”. Até me arrepia os dentes…!

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[5 semanas] Shit just got real…!

[sequência de posts que estavam em rascunho…]

As minhas amigas mais avisadas já saberão que este blog não é actualizado porque, vá, estou grávida. Escrevo este post na quinta semana, já sei há exactamente uma semana que estou grávida e na próxima vou à médica. Ao contrário da outra vez, que correu menos bem, desta estou para aqui cheia de sintomas: ele é náuseas, ele é inchaços, ele é não conseguir comer (perdi um quilo! Yay! [revisão em Março – perdi 3kg!]), ele é sono. Tanto sono.

Neste momento é com um optimismo cauteloso que vejo esta gravidez. E sei que este post vai ser publicados às 12 semanas… já não falta nada. 🙂 [revisão de Maio: não foi nada porque andei supersticiosa até agora… caburra!]

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Olha, diz que não tenho novidades…

… porque as 6 pessoas que lêem este blog já sabem disto há que tempos. Mas pronto, finalmente, estou aqui.

Prenha. 19 semanas. Feliz.

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